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O solo é o sistema que suporta a vida. Sua influência é crítica sobre os fenômenos que acontecem na superfície da crosta terrestre.

Dentre os diversos benefícios do solo podemos citar: produção de alimentos, regulação dos ciclos da água e carbono, preservação da biodiversidade, combate às alterações climáticas, etc.

O solo é a principal ferramenta na agricultura. Ele é fundamental na escolha do cultivo que será aplicado. Sua qualidade é muito importante pois pode dispensar o uso de fertilizantes.

Quando nós, humanos, nos alimentamos de vegetais, o nosso corpo se beneficia das vitaminas e minerais que foram extraídos a partir do solo. Isto também acontece quando nos alimentamos de animais, sendo que estes se alimentaram das plantas.

Mas o solo não é importante apenas para os humanos. Por meio do armazenamento, escoamento e infiltração de água na superfície, o solo é um componente fundamental para o desenvolvimento de ecossistemas.

Recurso não renovável

O solo é um recurso natural não renovável. Ou seja, o solo que estamos perdendo por erosão, desertificação e salinização não recuperamos mais, uma vez que o processo de formação dos solos é muito lento (cresce 1cm a cada 100 anos). Já a degradação pode ocorrer em poucos anos.

Também foi identificado por meio de estudos que todo o solo superficial do mundo poderá se tornar improdutivo dentro de 60 anos se as taxas atuais de perda continuarem.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura estima que 33% dos solos do mundo estão degradados principalmente por erosão, compactação e contaminação. A ação humana ainda continua sendo o maior fator de degradação desse recurso.

Mas o que é um solo degradado? Um solo degradado pode sofrer perda de nutrientes e estrutura, acidificação, salinização e redução de matéria orgânica e permeabilidade.

É na diversidade que está o ganho

Quanto maior a diversidade de plantas, maior é a capacidade destas de se protegerem e crescerem saudáveis. É na diversidade que está o ganho, em todos os aspetos. Seja pela variedade de alimentos que se produz, pela diferença de nutrientes que são absorvidos e libertados nos solos (não levando à escassez de nutrientes existente numa monocultura), pela riqueza de biodiversidade que proporciona e pela proteção contra pragas.

Tipos de solo

Diversos fatores são levados em consideração na definição dos tipos de solo: rocha do material de origem, relevo do local, microrganismos presentes, o clima e o tempo, etc.

No Brasil existe uma grande variedade de solos, que vão desde os mais arenosos (impróprios para o cultivo) aos mais argilosos e ricos em nutrientes (mais recomendados para a agricultura).

O solo é classificado mediante a sua cor e textura. Em relação a textura, ele está dividido em três tipos principais: solo orgânico, arenoso e argiloso.

Solo orgânico: é formado pela decomposição de plantas, animais e microrganismos. Ele é rico em húmus, responsável pelo nível de fertilização do solo.

Solo argiloso: é um solo mais pesado pois é mais úmido do que outros. Como possui muitos minerais, é bastante fértil e indicado para alguns cultivos como o de café.

Solo arenoso: a maior parte de sua composição é a areia, em torno de 70%. Como é permeável e poroso não é indicado para agricultura, uma vez que não retém água e não favorece os microrganismos, nem para sustentar construções próximas a lençóis freáticos.

Elementos químicos / Nutrientes importantes

Os macronutrientes são consumidos pelas plantas em grande quantidade. Para que uma planta cresça adequadamente é necessário que haja disponibilidade desses nutrientes em proporções adequadas, para conseguir se desenvolver de forma forte e sadia. São eles:

– Nitrogênio: participa da biossíntese de proteínas e da clorofila. Quando está em carência o crescimento foliar é reduzido. É pouco encontrado nos solos brasileiros.

– Fósforo: proporciona resistência a doenças. Também é responsável pelo armazenamento e transferência de energia, como por exemplo a glicose.

– Potássio: é um dos nutrientes mais requeridos pelas plantas, ficando atrás apenas do nitrogênio. Também tem papel importante na fotossíntese.

– Magnésio: atua na síntese proteica, formação de clorofila, carregamento do floema. Ele é imprescindível na formação de raízes, pois aumenta o sistema radicular.

– Enxofre: está associado a características relacionadas à qualidade dos alimentos como o odor e o sabor. Precisa estar disponível à planta durante todo seu ciclo.

Por mais fértil que o solo seja, podendo disponibilizar todas estas substâncias, as plantações em crescimento acabam esgotando seus nutrientes. Antigamente, os agricultores adicionavam nutrientes faltantes no solo espalhando esterco animal e resíduos vegetais em seus campos. Ao longo do tempo os humanos foram tendo um melhor entendimento do solo e passaram a utilizar fertilizantes.

Formação dos solos

Basicamente, os solos formam-se a partir do processo de decomposição das rochas de origem, chamadas de rochas mãe. Isso significa dizer que, no início, não existiam solos na Terra, mas apenas grandes e variados grupos rochosos que foram lentamente desgastados pelo clima, pela ação da água e dos ventos e também pelos seres vivos, sobretudo as plantas. Ele também é formado pela ação de decomposição de plantas e animais ao longo de milhões de anos.

Existem diversos fatores que determinam a formação de diferentes tipos de solo. O relevo, por exemplo, influencia na quantidade de água infiltrada no solo (os mais inclinados recebem menos água e os planos recebem mais) e também na incidência de luz. Locais mais quentes tendem a acelerar o processo de formação dos solos uma vez que o calor acelera as reações químicas.

Adubação orgânica

O adubo orgânico é obtido por meio da compostagem de resíduos orgânicos, como restos de comida, folhas secas, esterco animal e resíduos vegetais (estes elementos contêm os macro e micronutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas).

Não possui aditivos químicos e é usado para fornecer nutrientes ao solo. A adubação orgânica também gera aumento de capacidade produtiva do solo, ajuda na recuperação de solos degradados e melhora áreas com baixa fertilidade de solo.

Além de possibilitar o desenvolvimento de microrganismos, é rico em macronutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio.

Ao contrário da adubação química, que mata microrganismos importantes, a adubação orgânica reduz impactos ambientais. Além disso possui ação mais prolongada do que o adubo químico.

A adubação orgânica possui benefícios econômicos para os produtores, uma vez que não precisam usar grandes quantias de pesticidas e não precisam gastar dinheiro com recuperação de solos.

O adubo orgânico é indicado para todos os tipos de cultura.

Estocagem de carbono

O mal uso dos solos gera perda de CO2 estocado, liberando-o no ar e intensificando o efeito estufa. Estudos apontam que já foi perdido entre 50% e 70% do carbono originalmente contido nos solos.

O solo contém cerca de três vezes mais carbono do que na atmosfera, o que significa fazer mudanças estratégicas na forma como os solos são usados pode desempenhar um papel importante no combate às mudanças climáticas.

Mas como o carbono atmosférico vai parar nos solos? O que acontece é que árvores consomem CO2 por meio da fotossíntese e parte é usada para o crescimento de galhos e folhas e outra parte é transportada pelas raízes até o solo. Esta substância irá alimentar os microrganismos presentes no solo. Se o solo for preservado, continuará armazenando carbono por centenas de anos.

A importância da aeração

A aeração do solo, também conhecida como descompactação, acontece da seguinte maneira: quando o solo está cheio de água, é realizada uma drenagem dos macroporos, fazendo com que o ar possa ocupar o espaço antes ocupado pela água. Assim o ar está mais presente na composição do solo, permitindo uma respiração maior de plantas e microrganismos bem como uma decomposição melhor do material orgânico.

Sobre a erosão

A erosão é um fenômeno que consiste na degradação de solos e rochas. Pode ser causado por fatores naturais (erosão geológica) ou pela ação do homem (erosão acelerada).

A erosão pode ser algo positivo uma vez que clima, rios, e ventos, por exemplo, auxiliam na formação de paisagens naturais. Por outro lado, ameaça a biodiversidade da fauna e da flora uma vez que acarreta deslizamentos, enchentes, assoreamento, dentre outros. O que acontece é que as raízes absorvem a água, e um solo sem plantas, logo, sem raízes acumula muita água no interior gerando a erosão.

Outros efeitos da erosão são perda de fertilidade por deficiência de nutrientes e transbordamento dos rios, uma vez que grandes quantidades de terra são escoadas para os cursos d’água tornando os rios mais rasos e favorecendo as enchentes.

Como combater a poluição do solos

Muitas medidas podem ser tomadas por nós: diminuição de queimadas e uso de agrotóxicos na agricultura, reflorestamento de determinadas zonas, não jogar lixo e produtos químicos (geralmente causados pelas indústrias) em locais inapropriados, destinar resíduos para a reciclagem por meio da coleta seletiva, etc.

Sistema de Plantio Direto

Além de não ser praticado o revolvimento do solo, que é basicamente o fato de inverter as camadas do solo com o uso de arado, é adicionada palha na superfície de modo que quando chove, não ocorre erosão, uma vez que o impacto da gota de água é absorvido pela palha. A palha também serve para reter umidade, manter a temperatura ideal para as plantas e diminuir a perda de água por evaporação. De um modo geral o plantio direto conserva as características do solo.

O sistema de plantio convencional com revolvimento do solo é comum em climas mais frios pois o revolvimento auxilia no descongelamento. Isto não é necessário no Brasil uma vez que o clima é mais quente.

Avaliação de fertilidade do solo

É muito importante para qualquer agricultor realizar análises de solo rotineiras. Assim é possível manter o nível de fertilidade para o tipo de cultura específico daquele solo e servir de base para a recomendação da quantidade de fertilizantes e corretivos de acidez do solo.

A análise do solo é uma das exigências das instituições financeiras para disponibilizar crédito agrícola e seguro safra ao agricultor, pois possibilita a avaliação dos riscos do negócio

Desafio para a humanidade

A humanidade encontrará um enorme desafio nas próximas décadas. O que acontece é que a população mundial será de 9 bilhões de habitantes até 2050 e será necessário suprir essas pessoas com alimentos em conciliação com conservação ambiental, redução do desmatamento, manejo sustentável dos recursos naturais como água e solo e redução de desigualdades sociais e econômicas. Um desafio complexo.

Estudando o solo nas escolas

O espaço dedicado a estudar a importância do solo no ensino fundamental e médio nas escolas é frequentemente nulo. A consequência disso é que a população em geral desconhece a importância do solo, o que contribui para ampliar processos que levam a sua alteração e degradação.

Referências

ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/programas_e_projetos/a_importancia_de_estudar_o_solo.html

summitagro.estadao.com.br/noticias-do-campo/qual-e-a-importancia-do-solo-para-o-plantio/

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maissoja.com.br/reflexao-sobre-a-importancia-do-solo/

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atomicagro.com.br/importancia-do-solo-na-agricultura/

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croplifebrasil.org/noticias/o-solo-patrimonio-essencial-da-agricultura/

agropos.com.br/solo-fertil/

folhito.com.br/2020/07/06/os-beneficios-da-adubacao-organica/

blog.belgobekaert.com.br/agro/adubacao-organica/

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