Uma alimentação saudável é essencial para garantir o crescimento e desenvolvimento das crianças. Ela também previne doenças e evita deficiências nutricionais como a anemia. Uma má alimentação pode resultar em cansaço na hora de brincar, falta de motivação, dificuldades na hora de se concentrar para estudar e raciocínio lento. Por outro lado, uma boa alimentação resulta em cérebros potentes.
As crianças não nasceram com o paladar formado. No decorrer dos anos elas vão escolhendo e optando por seus alimentos preferidos. Logo, isto é resultado de o que e como foram oferecidas as comidas.
Os costumes que se consolidam na vida da criança podem segui-los por toda a vida.
Amamentação
Nos primeiros 6 meses de vida a alimentação do bebê deve ser baseada apenas na amamentação materna. O leite materno é um alimento natural rico em proteínas, micro e macronutrientes (vitamina A e ferro), além de ser uma importante fonte de energia para o bebê.
Não é necessário oferecer nem água, pois no leite materno já há quantidades ideais de água, bem como proteínas e gorduras essenciais para o desenvolvimento do bebê.
O leite materno também possui fatores imunológicos, o que garante a proteção contra infecções. Além disso, reduz as chances de desenvolver problemas como diabetes, obesidade, diarréias e doenças cardiovasculares no futuro.
Além da nutrição, o momento da amamentação também serve para acalmar o bebê e estreitar o vínculo do filho com a mãe.
Você sabia que amamentar o recém-nascido na sua primeira hora de vida traz inúmeros benefícios e ajuda a estabelecer o aleitamento materno em longo prazo?
Introduzindo alimentos
Após a criança completar 6 meses de vida é recomendado introduzir os alimentos comuns em sua dieta, pois o leite materno não supre mais todos os nutrientes que a criança necessita. Isso não significa que o leite materno deva ser excluído da sua alimentação, na verdade a recomendação é que este seja oferecido até meados de 2 anos de idade.
A qualidade dos alimentos nesta fase deve ser levado em consideração. Ou seja, deve-se priorizar alimentos de verdade e não os ultraprocessados e industrializados. A refeição deve ser preparada com temperos naturais e quantidade mínima de óleo e sal. Em relação a bebida, não deve ser oferecida a criança bebidas com açúcar como refrigerantes, mas sim água, de preferência. Também não é recomendável sucos, chás e água de coco. A oferta precoce de açúcar acostuma a criança com o paladar doce, dificultando a aceitação de alimentos in natura, como frutas, verduras e legumes.
No início da introdução alimentar, os alimentos devem estar em consistência de purê e ser amassados com o garfo.
Após 2 anos de idade a criança já se alimenta das mesmas coisas que as outras pessoas da casa. Assim sendo, é sempre importante os pais servirem de exemplo para os filhos a respeito da alimentação saudável. Também é importante conversar com eles a respeito da importância da alimentação.
Lembre-se de que quanto mais cedo as crianças forem expostas a alimentos saudáveis, mais fácil será deles manterem uma relação com estes, e isso pode durar a vida inteira.
Refeições
É sempre importante definir o horário das refeições e garantir que todas elas sejam bem feitas pelas crianças. No momento das refeições é interessante que os pais estejam com as crianças e nada de televisão e smartphones nesta hora. É um momento de convívio familiar, conversar sobre as atividades diárias e de estreitar o relacionamento. O ambiente deve ser alegre, convidativo, aconchegante e tranquilo.
Participação no preparo dos alimentos
Fazer as crianças participarem do preparo dos alimentos, instruindo-os sobre coisas importantes como a adição de pouco açúcar e sal é algo muito interessante. Dessa forma elas mudam sua relação com os alimentos.
Evite o excesso de guloseimas
Não há nada de errado com o consumo de guloseimas, desde que em quantidade moderada. Cabe aos pais controlar os excessos. O excesso consumido entre refeições pode tirar o apetite nesta hora, e se a situação ficar realmente descontrolada pode causar inclusive obesidade.
Para combater o consumo de guloseimas é sempre importante abastecer a geladeira com frutas, legumes e bebidas saudáveis e com menos guloseimas. A dispensa também deve ser um local repleto de alimentos saudáveis. A dica é focar no que você compra para a casa. Se esta estiver repleta de guloseimas isso torna a educação alimentar mais complicada.
Para controlar o consumo de guloseimas estabeleça um limite por semana. Uma boa ideia é permitir apenas nos finais de semana e após as refeições, como se fosse uma sobremesa. Também é muito efetivo instruir as crianças a respeito do mal que este alimento causa no nosso corpo e porque deve ser evitado.
Algumas crianças costumam ter aversão ao consumo de água, por isso é necessário educá-los desde cedo. Limite refrigerantes, ofereça sempre água.
Não esqueça de ensinar a criança a escovar os dentes depois de comer algo doce.
Vale lembrar que os doces não devem ser oferecidos a crianças menores que 2 anos de idade.
Evite aparelhos eletrônicos
Muitas crianças apenas conseguem comer com um tablet ou celular ao lado. Mas isso deve ser mudado. Quando isto acontece, a criança não presta atenção ao que está comendo, não sente o sabor dos alimentos, perde a noção da saciedade e fica longe do convívio familiar.
Como já foi dito, uma maneira de mudar isso é levando as crianças para a cozinha e fazer elas participarem do preparo dos alimentos. Assim elas podem se interessar mais pela comida. Você também pode brincar com elas de adivinhar qual é o alimento apenas pelo cheiro e sabor.
Para mudarem de hábito, pode ser difícil nos primeiros dias, a dica é insistir. Não a force a comer ou será mais difícil a sua relação com os alimentos.
Sobre obesidade
De acordo com o Ministério da Saúde, 12,9% das crianças brasileiras, de cinco a nove anos, são obesas, estando esses números relacionados com a falta de prática de atividade física e, é claro, os hábitos alimentares inadequados.
Consulte um nutricionista
É importante desde cedo a criança criar o hábito de ir ao nutricionista.
Não force
Se a criança não quis comer muito durante a refeição, não force-a. Provavelmente ela irá comer mais na refeição seguinte. Forçar a comer toda a comida do prato fará com que a criança anule o sentimento de satisfação e passe a não gostar mais ainda de comer. A relação com os alimentos deve ser saudável e prazerosa.
É preciso entender o problema, ou seja, o porquê da criança não querer comer. É o tipo de comida? É o horário da refeição? Será que ela comeu muito entre as refeições?
Um erro muito comum é forçar a criança a comer muito sem percebermos que estamos oferecendo comida demais. Em alguns locais é comum oferecer a uma criança de 7 quilos um prato com purê de frutas com meia banana, meia pera, meia maçã e meia laranja. Na mesma proporção, um adulto teria que comer cinco bananas, cinco peras, cinco maçãs e cinco laranjas.
O objetivo não é que a criança coma e sim que queira comer, e que queira comer de forma saudável, e isso não se consegue com a coação, com a pressão, com a insistência, prêmios e castigos.
E quando a criança recusa a comida?
Um dos possíveis motivos pelo qual a criança pode recusar a comida é quando ela é sempre servida com o mesmo prato, ou seja, quando há repetição dos alimentos. Portanto, uma dica é variar os alimentos, pois assim inclusive evita-se a chance de faltar nutrientes.
Algumas ideias são: fazer desenhos com a comida no prato (o brócolis vira árvores, os ovos viram olhos e o tomate viram uma boquinha) , misturar os alimentos que ela está recusando com outros que ela já goste.
Mude também a forma de preparo. Se a criança não gosta de cenoura crua, que tal tentar cozida? Ou ralada?
Uma dica legal no caso dos vegetais, como alface, uma boa maneira de ter aceitação da criança é fazer uma “trouxinha” com a carne, ou seja, envolver a carne com alface. Você também pode brincar com a criança de amassar frutas e legumes.
Não ofereça líquidos durante a refeição desde cedo. Este é um hábito muito importante que deve ser adquirido ainda na infância:
Faça uma horta em casa
As crianças vão adorar a experiência de consumirem os alimentos que elas mesmas plantaram. Será uma forma divertida de ensinar a importância dos alimentos.
Vários estudos mostram que crianças que plantam sua própria comida apresentam maior probabilidade de comer frutas e vegetais e de demonstrar maiores níveis de conhecimento sobre nutrição.
Referências
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