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Estima-se que haja 45 milhões de veículos em circulação no país atualmente. E como todo produto manufaturado, os carros também chegam ao fim de suas vidas úteis. Mas o que fazer então com todos esses veículos quando chega a hora do descarte?

Por muito tempo o destino final dos carros no país eram os aterros sanitários e os ferros-velhos. O problema do primeiro é a contaminação do solo e cursos d’água e do segundo a venda ilegal de peças.

A reciclagem de carros no país chega como uma solução! Ela pode reduzir impactos ambientais, favorecer a economia de diversas maneiras e ainda combater o uso e a venda de peças inadequadas e ilegais

Você sabia que 85% das peças de um carro podem ser reaproveitadas? E que 10% de um veículo inteiro pode ser reciclado (estamos falando de pneus, vidro, plástico e óleos)? Todos os líquidos são enviados para indústrias especializadas: lubrificante do motor e da transmissão, combustível, óleo de freio, fluido da direção ou embreagem hidráulica, água do radiador, etc.

Em 2021, de acordo com a Abcar, foram retiradas para reciclagem 141 mil toneladas de chumbo oriundas de baterias de carros. Com isso, rios e o solo deixaram de ser poluídos. No mesmo ano, 566 milhões de litros de óleo combustível e 100 milhões de embalagens foram recicladas, além de 42 milhões de pneus reciclados e outros 12 milhões que tiveram vida estendida após recuperação.

Além dos metais e plásticos, que sempre foram mais simples de reaproveitar, nas últimas décadas criaram novas tecnologias para reciclar os para-brisas laminados, peças em fibra ou outros compostos, borrachas, espumas e tecidos.

Atualmente a reciclagem de automóveis é realizada, de forma quase sistemática na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Nestes lugares, são reciclados veículos acidentados em condições de perda total, ou cuja condição de tráfego não é mais segura. Ou seja, a reciclagem ocorre em veículos que não são aprovados em rotinas obrigatórias de inspeção veicular.

Quais são as etapas da reciclagem de veículos?

Em primeiro lugar, o automóvel passa por uma descontaminação para a retirada de gases e fluídos.
Depois disso, começa o desmonte das peças. Todas elas são analisadas cuidadosamente para serem classificadas em três categorias: perfeito estado de conservação, pequenas avarias e inadequadas.

Os itens considerados em bom estado ou com apenas pequenos danos, levam um código digital que certifica sua permissão para a revenda. O restante, avaliado como impróprio para venda, é transferido para uma empresa especializada, que se encarrega do tratamento e descarte correto do material.
Uma das atividades mais importantes no processo de reciclagem de veículos consiste na fragmentação das carcaças de aço previamente desmontadas. Os fragmentos de aço, podem ser diretamente adicionados a processos siderúrgicos para fabricação de novos produtos de aço.

A fragmentação de carcaças permite recuperar entre 45% e 55% dos metais existentes no veículo. Isso representa aproximadamente dois terços do peso dos materiais metálicos de um veículo novo. Esses fragmentos podem ser totalmente reciclados e transformados em matérias primas para fabricação de novos veículos ou de outros produtos. Os fragmentos metálicos podem ser facilmente transportados em containers e comercializados internacionalmente, se forem adequadamente controlados.

Mas e o comércio ilegal de peças?

Uma peça reciclada ou reaproveitada pode custar até 30% menos do que um item novo, além de ser um negócio legalizado, onde o preço competitivo desestimula o comércio ilegal de peças, popularmente conhecidos como desmanches, um dos principais destinos dos veículos roubados no Brasil.

Em 2014 foi criada a Lei do Desmanche, com o intuito de reduzir o roubo de carros, oficinas clandestinas e incentivar a reciclagem de peças para a reutilização no Brasil. Além de beneficiar o meio ambiente também possibilita novos negócios o que movimenta a economia.

A norma foi criada para regulamentar esse mercado com empresas que tenham interesse em reutilizar peças de veículos usados, seja carro, moto, ônibus ou caminhão. Qualquer empresa interessada deve seguir um rígido protocolo e precisa de um cadastro anual no respectivo Detran e na Secretaria da Fazenda e Planejamento.

Para ter controle sobre a procedência das peças, cada uma delas precisa ter um adesivo com QR Code, assim o comprador consegue identificar a fabricante, o modelo e o ano do veículo que teve a peça removida. Basta baixar o aplicativo do Detran.SP, ou do estado em questão, e utilizar o leitor de QR Code para ter todas essas informações.

No Brasil e no mundo

No Brasil, apenas 1,5% da frota de carros passa pelo processo de reciclagem. Já na Europa o número é de 85%.

Na Espanha, quando um proprietário destina o seu carro para a reciclagem ele recebe em troca um bônus para comprar um carro menos poluente.

Referências

metagal.com.br/blog/a-reciclagem-de-carros-no-brasil/

blog.nakata.com.br/carro-reciclavel/

portalresiduossolidos.com/reciclagem-de-automoveis/

https://autoesporte.globo.com/um-so-planeta/noticia/2021/04/entenda-como-se-recicla-um-carro-no-brasil-para-revender-pecas-usadas.ghtml

autolist.com.br/reciclagem-automotiva-como-e-feito-o-desmonte-de-pecas/

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