Para fabricar os produtos, seja uma camisa, um celular, ou um alimento, por exemplo, é necessário que haja extração de matéria-prima para a fabricação, além de gastos de energia e emissões de gases poluentes.
Porém, a demanda por matéria-prima no mundo atual é tão grande que o planeta não está sendo mais capaz de suprir as quantidades desejadas. Você sabia que se a população mundial consumisse na mesma intensidade da população dos EUA seriam necessários 5 planetas Terra para suprir a demanda de matéria-prima?
No século XVIII, durante a Revolução Industrial, eramos 750 milhões de pessoas em todo o mundo. Hoje somos 7,6 bilhões. Até 2030 a estimativa é de que sejamos 8,6 bilhòes. Ou seja, se não houver uma mudança de comportamento, tanto por parte dos consumidores, quanto dos fabricantes e dos governos, os impactos do consumismo só tendem a se agravar. O consumismo é uma das maiores ameaças ao planeta.
Quando uma pessoa deseja comprar um produto novo, geralmente ela acaba jogando no lixo o atual.
Boa parte da produção de lixo no planeta é baseada no descarte de produtos que se tornam obsoletos.
Quando os objetos vão para os aterros, com o tempo começam a liberar gases de efeito estufa (como o metano) e geram chorume (um líquido tóxico que contamina o solo e cursos d’água). Produtos eletrônicos liberam substâncias altamente tóxicas como chumbo, cádmio e mercúrio.
Além disso, para transportar os produtos até o ponto de venda, são necessários longos transportes por veículos como caminhões, e a consequência são grandes emissões de gases poluentes. No mundo atual, o transporte de produtos é mais comum ainda devido ao advento da internet, ou seja, muitas pessoas compram nas lojas online e recebem os produtos diretamente em suas casas. Se você for comprar alimentos, dê preferência às feiras, pois os produtos vendidos são fabricados localmente e exigem menos transportes. Outro benefício de comprar produtos fabricados localmente é que você fortalece a economia local.
Para exemplificar, podemos pensar na compra de roupas. Para fabricar uma camisa, são gastos milhares de litros de água para cultivar o algodão.
Muitas pessoas têm mais roupas do que necessitam (muitas peças não são usadas por elas há anos). A indústria da moda está sempre criando novas tendências para forçar as pessoas a estarem sempre comprando. A boa notícia é que muitas pessoas já estão se tornando conscientes do impacto da indústria da moda, não é a toa que a ideia de comprar roupas usadas em brechós vem se tornando cada vez mais popular.
Muitos fabricantes de diversos tipos de produtos fazem o uso de uma técnica chamada obsolescência programada, que é basicamente a fabricação de produtos feitos para durarem pouco tempo, ou seja, para estragarem rapidamente. Dessa forma o consumidor é forçado a comprar um novo aparelho e assim a empresa tem mais lucro. Como por exemplo, no início do século XX, uma lâmpada tinha a vida útil de 2.500 horas, mas após a Grande Depressão, com o surgimento da obsolescência programada, as lâmpadas passaram e ter vida útil de 1.000 horas.
A obsolescência programada é muito comum nos aparelhos eletrônicos, como celular, televisão e computador.
Eletrdomésticos, roupas, brinquedos e móveis também entram nesse conceito.
Além de comprar menos produtos, outras atitudes sustentáveis em relação ao consumismo é dar preferência aos produtos que vêm embalados em materiais como papel ou então materiais reciclados e biodegradáveis, ao invés de plástico. Você também pode evitar totalmente as embalagens, uma forma de fazer isso é comprar a granel. Apoie as marcas que se comprometem com o meio ambiente e compartilhe informações sobre as marcas desrespeitosas. Se você não conhece a respeito de uma marca, pesquise por opiniões na Internet. O que vem depois do uso do produto também é importante, a marca oferece serviços de logística reversa?
Ou seja, na hora de comprar um produto não considere apenas o preço e a marca, leve em conta as questões ambientais.
Se um produto estragar, tente consertá-lo ao invés de comprar um novo. Assim você aumenta a vida útil do produto. Por exemplo, se uma roupa estragar, conserte fazendo uma costura. Se for possível consertar o produto mesmo em casa, assim você economiza dinheiro, pois não precisa comprar um novo. Alguns produtos são fáceis de consertar, outros podem exigir certas técnicas. A boa notícia é que a internet está cheia de tutoriais de reparos, seja qual for o seu produto. Se você realmente quiser comprar um novo item, ao invés de jogar o antigo no lixo, doe para um amigo ou então instituição de caridade.
Além de fazer bem ao meio ambiente, tomar decisões de consumo mais conscientes têm impactos positivos na economia de dinheiro e no bem-estar emocional. Muitas pessoas compram compulsivamente, como uma busca por prazer, e acabam se endividando. A compulsividade nas compras também têm graves consequências mentais para as pessoas, afinal, o prazer das compras é momentâneo e a pessoa volta a se deparar com a ansiedade e depressão. A maior parte dessas compras é feita sem necessidade. O vício em compras tem até nome, é a oneomania. A oneomania apresenta semelhanças com outros tipos de vício, como álcool e jogos. A maior parte das pessoas que sofrem do vício em compras são mulheres.
Muitas pessoas possuem impulsos constantes para o hábito de comprar para preencher algum vazio em sua personalidade, ou seja, a questão é mais psicológica. O tratamento psicológico e psiquiatrico, assistido por profissionais, é muito indicado. Além do tratamento psicológico, algumas dicas práticas podem ajudar na mudança desse hábito, confira mais adiante.
Além das questões psicológicas individuais, outro fator que contribui para o consumismo é a influência midiática. Todos os dias somos bombardeados por mensagens publicitárias que incentivam a posse de produtos, e se não tivermos autocontrole, pode ser mais fácil ainda sermos seduzidos pelas compras.
A mídia impõe que para ter status social e alcançar a felicidade é preciso obter bens.
Mas afinal, como evitar as compras por impulso? Quando se deparar com algum produto interessante na vitrine, ou então em algum site de compras, espere mais ou menos um dia para ver se a vontade de comprar permanecerá ou então vai embora. Se permanecer pode ser que o produto seja realmente importante, mas se for embora, é um sinal de que não é tão importante assim.
Se você for ao shopping, fica mais fácil acabar sendo seduzido por um produto na vitrine.
Portanto, quando estiver se sentindo ansioso ou estressado, troque a ida ao shopping por um passeio no parque, praia ou lagoa na sua cidade.
Se realmente quiser ir ao shopping, não leve o cartão de crédito, leve apenas o dinheiro na quantidade exata que pretende gastar. Outra boa ideia é ir acompanhado de um amigo ou familiar ciente do seu problema, pois pode ajudar a conter o impulso da compra.
Se um produto chamar sua atenção, pergunte a si mesmo se você realmente necessita dele ou então se é apenas um desejo momentâneo. Pensar nos impactos ambientais associados ao produto também pode evitar a compra.
Faça um planejamento financeiro. Crie uma planilha e anote rendas e gastos, defina metas de economia mensal e estipule valor para despesas não essenciais.
Na atualidade, muitas pessoas também acabam comprando em excesso pela Internet. Afinal, a pessoa está apenas a alguns cliques de distância do produto. Algumas dicas para evitar as compras online são, não se cadastrar em e-mails de ofertas, descadastrar o cartão de crédito dos sites de compras e desistalar aplicativos de compras no celular.
Se o produto desejado for de grande importância, como um fone de ouvido que será usado durante horas todos os dias, preze pela qualidade, ou seja, pague mais caro por um fone de qualidade, pois caso contrário é possível que terá que comprar novamente assim que o atual estragar. Cuidado com os produtos piratas, além de não passarem por inspeções, geralmente estão associados a outras atividades criminosas como tráfico de armas e drogas.
Uma boa ideia é começar a aderir a economia colaborativa, isto é, passar a trocar, emprestar, compartilhar e alugar ao invés de comprar. Assim você reduz gastos, pratica uma ação sustentável e passa a reduzir o vício em compras.
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muito bom seu texto e as soluções propostas. só discordo quando diz que as mulheres compram mais por impulso que homens. só pesquisa poderia afirmar isto. e eu pesquisei a respeito de gostar de comprar ( com os meus alunos). homens e mulheres gostam igualmente de ir a shopping e de comprar Tb. mas sobre a compra por impulso por gênero não pesquisei.