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Você sabia que a alimentação possui uma relação muito importante com a sustentabilidade?

O brasileiro tem um forte hábito de consumir carne vermelha, afinal somos um dos maiores produtores do mundo (cerca de 16% da produção mundial de carne acontece no
Brasil). Mas o que há de errado com isso?

Quando pensamos em poluição do ar, logo vem em mente os carros e as indústrias, mas na verdade a pecuária é uma das principais emissoras de gases de efeito estufa no planeta. Isso se deve principalmente a dois motivos: o gado produz gás metano durante o processo de digestão e para serem criadas áreas de pastagem de gado é realizado o desmatamento (o que faz com que o carbono estocado nas árvores seja devolvido à atmosfera). Muito se fala a respeito do desmatamento da Amazônia, mas você sabia que a maior 80% dele é voltado para a criação de áreas de pastagem?

Essas são as principais consequências, mas não podemos esquecer também do enorme consumo de água para a produção de ração para o gado, como é o caso da soja.

Cerca de ⅓ de toda a água consumida no mundo é pela pecuária.

Enquanto isso, bilhões de pessoas no mundo sofrem com a ausência desse recurso… Ou seja, a pecuária é a principal responsável pela crise hídrica no planeta! Outro aspecto negativo é que para processar a carne são emitidos gases de efeito estufa. Para exemplificar, podemos pensar na China. Este país é o maior produtor mundial de carne bovina, e analogamente é o país que mais emite gases de efeito estufa no mundo. Mais uma consequência negativa: o desmatamento leva a perda de biodiversidade, ou seja, muitas espécies de animais entram em extinção devido à pecuária.

Apesar dos impactos negativos do consumo de carne, esse hábito tem sido cada vez mais frequente no Brasil nos últimos anos. Desde 1990, o consumo praticamente dobrou. Isso se deve principalmente ao aumento da renda média do brasileiro, ou seja, isso é muito comum nos países que apresentaram crescimento econômico nas últimas décadas. A situação na verdade é preocupante em todo o mundo, pois em 2050 a população mundial será de 9,7 bilhões de pessoas e será necessário um aumento de 50% na produção de alimentos para suprir a demanda.

Logo, é preciso substituir a carne por outros tipos de alimentos, como os vegetais que possuem um impacto ambiental muito menor.

Pesquisas apontam que o consumo de carne pode desenvolver câncer, doenças cardiovasculares, diabetes, etc. O problema não é o consumo em si, mas o excesso (a OMS sugere o consumo de no máximo 70g por dia, ou seja, um bife pequeno). Em pequenas quantidades, pode até trazer benefícios nutricionais para o corpo humano. O consumo de presunto, salsicha, bacon pode levar a câncer do intestino. A carne também pode inflamar as artérias e é uma fonte de gordura saturada, que é um tipo de gordura que faz mal ao corpo. Enquanto a Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo máximo de 2g de sódio por dia, a linguiça calabresa possui 1,8g a cada porção de 100g (em quantidades elevadas o sódio pode aumentar a pressão arterial, dentre outros efeitos). Agora uma curiosidade: você sabia que a fumaça do churrasco adere substâncias cancerígenas a superfície da carne? Considerando os efeitos negativos da carne na saúde, podemos considerar substituí-la por uma alimentação baseada em vegetais.

Muitas pessoas optam por consumir a carne por ser uma grande fonte de proteínas, mas a boa notícia é que existem diversos vegetais que também são ricos no nutriente, como por exemplo, lentilha, ervilha, feijão, grão de bico, etc. Os vegetais são conhecidos por serem ricas fontes de fibras, antioxidantes e vitaminas. Em oposição às carnes, os vegetais são baixos em gordura saturada, colesterol e sódio.

Estudos sugerem que o consumo regular de verduras reduz em 20% o risco de desenvolver cânceres.

Algumas pessoas que aderem ao veganismo também relatam uma maior disposição física e inclusive melhora no humor. Uma vez que as carnes são ricas em gorduras, a dieta vegana pode proporcionar a perda de peso. A vitamina B12, presente nas carnes e ausente na dieta vegana, pode ser consumida por meio da suplementação. Além dos benefícios para a saúde, uma dieta vegana acaba gerando economia de dinheiro. Se você pretende fazer a transição para o veganismo, uma boa ideia é consultar o nutricionista.

Uma pessoa que come carne todos os dias emite cerca de 7,19 kg de CO2, enquanto que uma pessoa vegana emite apenas 2,89 kg do gás. Ao substituir a carne por vegetais, você acaba descobrindo novos pratos, sabores e combinações. Que tal conhecer um restaurante vegano? A internet está cheia de receitas veganas e você também pode seguir influenciadores do assunto. Vale lembrar que nada adianta excluir a carne do cardápio mas continuar comendo em excesso, doces, salgadinhos e refrigerantes!

Outro ponto interessante é que você evita o sofrimento animal, afinal, o gado costuma viver confinado em péssimas condições de vida.

Se você quer ir mais adiante no veganismo, evite outras formas de exploração animal por meio do uso de cosméticos que não são testados em animais, roupas feitas de pelos de animais e não frequente circos que exibam animais.

Se você tem o hábito de comer carne, a mudança não precisa ser radical. Apenas o fato de reduzir a frequência e a quantidade já gera enormes impactos positivos no planeta e na saúde.

Que tal aderir ao movimento Segunda Sem Carne? Aos poucos você vai retirando a carne das terças, quartas, quintas…

Muitas pessoas não se consideram veganas, mas sim flexitarianas, ou seja, ao invés de eliminarem a carne vermelha da dieta, buscam reduzir a frequência do consumo. O Instituto de Recursos Naturais estima que as pessoas devem reduzir o consumo em 40%.

Apesar dos benefícios da adoção da dieta vegetariana, essa escolha alimentar ainda é pouco comum entre os brasileiros, o IBGE estima que apenas 14% da nossa população se declara vegetariana.

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