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por Eline Martins, do Mais Vida, Menos Lixo

No último post falei sobre o destino do lixo reciclável. Agora vamos conversar sobre lixo! Mas como assim lixo? Não é sobre isso que sempre falamos aqui?

Na verdade, há uma diferença entre lixo e resíduo. Resíduo tem uma utilidade; ainda será reaproveitado de alguma forma. O resíduo orgânico vira adubo nas mãos da galera do Ciclo Orgânico ou em uma composteira doméstica. O resíduo seco pode ser reutilizado – aumentando sua vida útil – ou reciclado, se destinado corretamente. Mas então, o que é lixo?

Lixo é o que não tem reaproveitamento, seja para reutilização, transformação ou reciclagem. Lixo é o que a Política Nacional dos Resíduos Sólidos chama de “rejeito” e define como, “resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada”.
De que é composto o lixo (rejeito)? Aqui no Brasil, bons exemplos são isopor, sacola de hortifruti, copo descartável, canudo de plástico, esponja de cozinha, embalagens laminadas (como aquelas de biscoitos), a maioria das cápsulas para café expresso, escovas de dente, dentre outros. Esses materiais não são recicláveis e, por sua própria função e/ou tipo de material, são difíceis de serem reutilizados. Mas por que não reciclá-los? Basicamente, por inviabilidade tecnológica e/ou financeira.

Portanto, lixo é o que devemos ao máximo evitar gerar, pois é material perdido. É como em todo processo industrial, a geração destes produtos tem custos associado ao uso de matérias primas, energia, água, gera poluição… mas ao final não tem chance de alongar sua vida útil ou de se transformar em outra coisa. Esse rejeito vai parar, na melhor das hipóteses, em um aterro sanitário.

Então, o que fazer para evitar esse lixo? Use os primeiros 3 dos 5 Rs. Repense, Recuse, Reduza! Será que precisamos comprar frutas embaladas em isopor (ou até mesmo em uma caixinha de plástico)? Será que precisamos das sacolinhas do hortifruti só para pesar os produtos para depois rasgá-las e jogá-las fora? Aliás, por que não pesar sem sacola? É muita coisa para por em cima da balança? Leve sua sacolinha de pano. O mesmo vale nas compras à granel.

Ai você diz, “tá bom, vou repensar as sacolas e o isopor, mas como vou escovar os dentes e lavar a louça?” Até para isso já existe solução! Existem escovas de bambu e as buchas vegetais lavam muito bem a louça. Nesse post, não vou enumerar todas as alternativas que já existem para evitar o lixo; fica para um próximo. A reflexão aqui é: vamos pensar sobre o que consumimos e se, de fato, precisamos desses produtos. Caso precisemos, podemos dar um passo adiante e nos questionarmos: existe uma opção alternativa e menos impactante?

Olhem para o seu lixo, pensem sobre ele: quais materiais poderiam ter sido facilmente evitados? Tudo é uma questão de mudança de hábitos!

Obs.: Algumas iniciativas como o TerraCycle já estão em busca de soluções para os resíduos de difícil reciclabilidade. Eles recebem diversos materiais (como esponjas, instrumentos de escrita, cápsulas de café e alguns tipos de embalagens).

 

 

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