Mais da metade de todo lixo produzido no Brasil é composto por resíduos orgânicos que inclui restos de alimentos como frutas, legumes e folhagens que consumimos diariamente. Essas sobras que, muitas vezes, vão para aterros sanitários e lixões, podem ser transformadas em adubo orgânico para serem utilizados em hortas, parques, praças e jardins.
O lixo doméstico também tem o agravante de concentrar resíduos perigosos, como baterias, celulares, equipamentos elétricos e eletrônicos e remédios vencidos etc. E parte do lixo doméstico é formada por elementos secos, como metais, papéis, papelão, plásticos, vidro e têxteis. A reciclagem desses itens ainda é reduzida, em geral abaixo de 20%. O índice só é alcançado em cidades onde existem coleta e seleção informais, feita por catadores autônomos, o que mostra a pequena participação do Poder Público e de políticas voltadas para o problema.
A grande maioria das pessoas acredita que a partir do momento em que joga o lixo para fora de casa, não tem mais responsabilidade nenhuma sobre o destino daqueles detritos, mas a cada dia que passa, se torna mais urgente a necessidade de mudar essa mentalidade. O destino do que consumimos é responsabilidade de todos e precisamos cooperar para preservar o planeta terra, a nossa casa, e agir de forma cada vez mais sustentável.
Já está mais do que na hora de repensarmos a maneira como vivemos. A última gota d’água foi à constatação do relatório produzido no Reino Unido “Global food: waste not, want not”, de que entre 30% e 50% dos alimentos produzidos em todo o mundo nunca são ingeridos e vão parar no lixo, todos os anos. Essa porcentagem representa de 1,2 a 2 bilhões de toneladas de comidas.
Enquanto muitos alimentos são desperdiçados, cerca de três bilhões de pessoas, quase metade da população mundial, passam fome, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Pior que o desperdício de comida ainda reflete no uso exagerado de outros recursos já escassos, como a água e a energia. Segundo o relatório britânico, cerca de 550 bilhões de m³ de água são desperdiçados todos os anos na produção da comida que vai parar no lixo. E se essa situação não for repensada, o estudo garante que até 2050 o uso de água no mundo chegará a 13 trilhões m³/ano, principalmente por causa da demanda alimentícia. E você acha que o problema não atinge a nós, brasileiros? Pois saiba que em 2009 o Instituto Akatu já havia lançado uma campanha para alertar a população que um terço dos alimentos comprados vai parar no lixo. Isso porque 14 milhões de brasileiros convivem com a fome, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na América Latina, tem mais comida no lixo do que alimentando pessoas. Segundo dados da FAO Brasil, órgão da ONU para alimentação e agricultura, 28% dos alimentos se perdem no processo de produção agrícola e mais 28% são jogados no lixo após chegarem às casas dos consumidores. Segundo a entidade, no mundo, 1,3 bilhão de toneladas de comida são descartadas por ano, enquanto 795 milhões de pessoas passam fome. Os dados do Brasil sobre as perdas em toda a cadeia de alimentos não estão consolidados, mas, para a FAO, refletem a mesma realidade, já que pelo menos 30% dos alimentos do país são perdidos antes de chegar ao consumidor. Só nos supermercados, o desperdício gera um prejuízo de R$ 7,1 bilhões, cerca de 2% do faturamento líquido do setor, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Nós, do Ciclo Orgânico, acreditamos que uma forma de amenizar o problema de desperdício de alimentos pode ser feita através do reaproveitamento integral dos alimentos e, além disso, através da destinação de resíduos orgânicos gerados em restaurantes, mercados, residências, entre outros, para a compostagem. Seja assinando um serviço de coleta como o nosso ou com a realização da compostagem doméstica. Na compostagem, esses resíduos são transformados em adubo, uma terra rica em nutrientes e que traz diversos benefícios ao solo.
Você já parou para pensar sobre isso? Quais soluções você propõe para que isso possa ser resolvido? Compartilhe com a gente! =) #FecheOCiclo
Caros, admiro muito e apoio a iniciativa e o trabalho do Ciclo Organico. Voces são demais!!
Sobre o artigo, gostei muito da pesquisa por informações, mas achei que faltou responder a pergunta do título (que foi o que me interessou no artigo):
PORQUE os alimentos são desperdiçados?
Valeu 😉
O problema do lixo não é somente a falta de lixeiras nos passeios, mas sim o descaso dos donos de lojas que não possuem local adequado para por seu lixo e fazem aquele acumulo nas calçadas. Se não me engano todo prédio deveria dispor de um local para armazenar o lixo e isso deve estar no plano diretor, bastava a prefeitura fiscalizar e cobrar, lembrando que a manutenção dos passeios é de responsabilidade da propriedade confrontante, é lei municipal. Podem instalar lixeiras, mas se a situação por parte dos logistas não mudar os montes de lixo continuarão a existir.