Em julho deste ano, o Reino Unido atingiu a sua temperatura mais alta da história. Os termômetros marcaram 40,2 graus em algumas regiões.
Na França, foram registradas temperaturas acima de 40 graus, uma marca rara na cidade de Paris.
Em Portugal e na Espanha, mais de mil pessoas morreram devido à onda de calor.
Em abril, na Índia e no Paquistão, os termômetros marcaram 50 graus.
Este é o período mais quente da história dos últimos 125 mil anos, de acordo com o órgão de ciência climática da ONU, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Por que está acontecendo?
Segundo especialistas, está ocorrendo na Europa uma área de alta pressão, o que diminui as chances de haver chuva. O solo aquece facilmente pois está muito seco. Além disso, há uma massa de ar quente estacionária na Europa e isto impede a chegada de massas de ar polar, mantendo a temperatura elevada na região.
Além disso, o sistema de alta pressão está carregando os ventos do Norte da África, do Deserto do Saara, para a Europa e, por isso, o ar se torna cada vez mais quente e seco.
É um processo natural ou é atribuído à atividade humana?
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) aponta que o aumento da frequência, duração e intensidade desses eventos nas últimas décadas está claramente ligado ao aquecimento observado do planeta e pode ser atribuído à atividade humana.
Quais são as consequências das ondas de calor?
Alguns exemplos são desidratação severa, desequilíbrio de biomas, secas, incêndios e mortes. No caso dos incêndios, isto acarreta perda de biodiversidade além de emitir gases de efeito estufa.
Europa não está adaptada para onda de calor
Apenas 3% das residências na Europa possuem ar condicionado. Ônibus e metrôs não possuem ar condicionado também. Outros exemplos que mostram como o continente não está preparado são o cancelamento de voos na Inglaterra devido ao derretimento da pista de pouso e trilhos de aço de uma rede ferroviária sofreram riscos de deformação.
A população europeia também é composta por muitos idosos que não estão acostumados com o calor intenso, sofrendo riscos de desidratação severa.
Previsão para o futuro
A onda de calor vista esse ano será o verão médio de todos os anos até 2035, mesmo que todos os países reduzam suas emissões de gases de efeito estufa nos próximos anos.
Eventos que poderiam acontecer a cada 50 anos estão cinco vezes mais frequentes, com uma ocorrência a cada década, em média. O mais dramático é que a cada décimo de grau que a temperatura avança, essa proporção aumenta exponencialmente.
A previsão também indica que em 2100 o verão será 4 graus mais quente do que na era pré-industrial.
O que pode ser feito?
A meta estabelecida pela ONU é limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Isso poderia evitar os impactos mais perigosos das mudanças climáticas. As emissões precisam cair em, no mínimo, 43% até o final desta década, de acordo com o IPCC.
Alguns especialistas afirmam que a redução das emissões de gases de efeito estufa pode minimizar as temperaturas no futuro. Outros acreditam que mesmo que haja diminuição, o calor persistirá. Assim seria necessário, além de reduzir as emissões, extrair o CO2 já existente na atmosfera.
Mas afinal, o que os países europeus estão fazendo pela redução das ações climáticas? Infelizmente, países como o Reino Unido, com suas atuais políticas, são poucas as evidências de que as promessas serão cumpridas.
Referências
g1.globo.com/meio-ambiente/aquecimento-global/noticia/2022/07/19/onda-de-calor-na-europa-entenda-as-causas-a-influencia-das-mudancas-do-clima-e-a-relacao-com-o-aquecimento-dos-polos.ghtml
cnnbrasil.com.br/internacional/onda-de-calor-extremo-na-europa-sera-padrao-ate-2035-mostra-analise/
uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2022/07/23/ondas-de-calor-qual-a-relacao-desse-fenomeno-com-o-aquecimento-global.htm
bbc.com/portuguese/internacional-62219380
gizmodo.uol.com.br/onda-de-calor-na-europa-leva-a-recordes-de-temperatura-e-mortes/
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