Estima-se que no mundo 1 bilhão de refeições são jogadas fora por dia e que 33% dos alimentos produzidos são desperdiçados! São 1,3 bilhões de toneladas de alimentos desperdiçados por ano.

Enquanto isso, milhões de pessoas em todo o mundo passam fome… Ou seja, o planeta produz alimentos em quantidades suficientes para abastecer todas as pessoas, mas devido ao desperdício, muitas acabam passando fome. O desperdício de alimentos acontece em várias etapas como produção, armazenamento, transporte, embalagem e consumo.

Agora vamos por partes, vamos conhecer as causas do desperdício. Durante a plantação, é comum que haja desperdício devido às pragas, alterações climáticas e ausência de recursos financeiros por parte do produtor para investir em tecnologias de colheita e plantio (dessa forma, percebe-se que mais uma consequência é a redução dos lucros para os produtores). Durante o transporte, é comum que os alimentos percam sabor, qualidade e textura devido a má qualidade das estações de armazenamento e de refrigeração. No varejo, muitos alimentos são recusados por serem feios ou deformados. Na última etapa, que é o consumo, as pessoas cozinham mais do que é consumido na refeição, compram mais do que o necessário e jogam fora partes dos alimentos que parecem não ter utilidade (como cascas e talos), mas que poderiam ser consumidos de outra maneira.

Em números, 10% do desperdício de alimentos acontece ainda no campo, 50% no manuseio e transporte, 30% na comercialização e abastecimento e 10% nos supermercados e nas residências.

O desperdício de alimentos tem intrínseca relação com o aquecimento global. Quando os alimentos vão parar em lixões e aterros, acabam emitindo gás metano durante o processo de decomposição. Cerca de 10% das emissões globais de gases de efeito estufa no planeta acontecem dessa maneira. O desperdício é mais comum em países quentes, pois fica mais difícil de manter condições de temperatura apropriadas durante o transporte e armazenamento, e com o aquecimento global, essa situação só tende a se agravar.

Além da questão da fome no mundo, é importante lembrar que para produzir alimentos são gastas enormes quantidades de água (para produzir 1kg de carne bovina são gastos 15 mil litros d’água!) e é por isso que ocorre a maior parte do desmatamento no planeta.

Ou seja, o desperdício de alimentos também implica no desperdício de recursos naturais.

O transporte de alimentos também é uma das principais fontes de emissão de gases poluentes por veículos. A economia global também é afetada, o prejuízo estimado por ano é de 1 trilhão de reais. A realidade é que o desperdício acontece tanto em países desenvolvidos quanto em subdesenvolvidos.

Pensando no desperdício doméstico, os consumidores podem adotar várias medidas para evitá-lo, afinal cada pessoa descarta em média 74 quilos de comida por ano. Ao invés de fazer compras mensais nos supermercados, o ideal é fazer quinzenais ou semanais, pois assim há um maior controle sobre o estoque de alimentos. Quando for às compras, leve uma listinha para não comprar itens desnecessários. Planeje as refeições da semana e depois prepare a lista.

É muito comum que talos, sementes, raízes e cascas sejam jogadas no lixo, mas poderiam ser aproveitadas em outras receitas como sucos, sopas e refogados, por exemplo (muitas dessas receitas são super saudáveis! Basta procurar por elas na internet).

Antes de comprar um produto, confira a data de validade, e na hora de organizar a despensa, coloque na frente aqueles que estão prestes a vencer. A compostagem feita em casa é outra ótima solução! Além de reaproveitar os resíduos, a pessoa obtém o adubo orgânico como resultado. Congele as sobras de alimentos e armazene em recipientes herméticos. Se um alimento apresentar alguma aparência feia, tenta aproveitar a parte boa. Não compre em excesso os produtos que estão em promoção. Na hora da refeição, coloque uma pequena porção no prato, se precisar, sirva novamente. Sobrou comida? Doe para alguém necessitado!

Já os estabelecimentos podem doar alimentos que seriam recusados para instituições de caridade. Os agricultores podem fazer o uso de drones, sensores remotos e análise de dados para aumentar a produtividade e reduzir o desperdício. Também cabe aos produtores fazer uso de uma boa adubação e de um bom manuseio pós colheita. A tecnologia pode ser usada para monitorar e gerenciar estoques. As embalagens também podem ser aprimoradas por meio de tecnologia para preservar melhor os alimentos, como por exemplo, o uso de embalagens a vácuo.

A compostagem é uma excelente prática para evitar a geração de lixo orgânico.

Restos de alimentos vegetais e animais podem ser transformados em adubo orgânico para as plantas.

O adubo orgânico é de enorme benefício para agricultores, pois melhora a qualidade do solo e a saúde dos vegetais (não é a toa que o produto é chamado de “ouro negro” pelos agricultores). A compostagem pode ser feita tanto por agricultores e estabelecimentos quanto pelos consumidores finais. Ou seja, existe a compostagem caseira e a industrial. Como funciona a técnica? Basicamente, é preciso misturar os restos de matéria orgânica com matéria seca, como poda de árvores, folhas secas ou até mesmo papel. Os micróbios presentes nesse meio se encarregam de decompor a matéria orgânica e transformá-la em adubo. O processo leva em média 3 meses para acontecer.

O Brasil é um dos países que mais produz alimentos no mundo, e também um dos que mais desperdiça. Estamos na décima colocação entre os países que mais desperdiçam. 14 milhões de brasileiros sofrem com a fome.

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